Eu, em novembro de 2008.

Eu, em novembro de 2008.
COMO SONHAR NUM MUNDO EM QUE O MITO SE CONVERTEU NA DETERIORAÇÃO DO IDEAL?

domingo, 30 de agosto de 2009

terça-feira, 21 de julho de 2009

Mme. Vautrin e Aliena Ivanovna

Nunca li um estudo que comparasse a contrução da personagem de Crime e Castigo, de Dostoievsky, a saber, Aliena Ivanovna, com Mme Vautrin, de O Pai Goriot, de Balzac. Provavelmente deve haver algo, Crime e Castigo dá ¨pano para manga¨, embora quase ninguém entenda a complexidade, sutileza, profundidade e a criação de um Mundo, aliás, de VÁRIOS MUNDOS simultâneos; não à maneira dos modernos ou pós-modernos, é claro, mas não é meu intento aqui avaliar uma obra da dimensão dessa.
É bem sabida minimamente por quem lê e se apaixona de imediato por Dostoievski, sua admiração por Victor Hugo, obsessivamente mencionado em várias obras do mestre russo. Dostoievski era completamente fascinado e intrigado com a magistral obra O ÙLTIMO DIA DE UM CONDENADO. Isso quem lê sabe porque ele não esconde esse entusiasmo pela psicologia de um condenado à morte. Seria escusado dizer que havia imensa identificação com sua biografia. Também é sabido, talvez por menos pessoas, de sua quase veneração pela obra LE PÈRE GORIOT, do Balzac. Isso ele escrevia na revista A Época, de que era proprietário com seu irmão. Endividado e tendo que publicar o livro na revista do rival de seu irmão, assim Dostoiévski escreveu, num tom cínico e aparentemente simplista, antecipando um enredo que seria melodramático , subestimando com razão Katkov, editor da Mensagem e o rival supracitado.
Assim, curiosamente, descreve o enredo:¨(...)un jeune homme qui est un étudiant exclu d´Université, d´origine roturière, vivant dans une extreme pauvetré. (continuo)

domingo, 19 de julho de 2009

Morto um dia a mais

Sabe, um dia desses pensei que eu não fosse mais eu. Estando na cama vi meu rosto sobre o seu ombro, talvez o vento tenha soprado muito e a noite estava fria; não sabia se era noite ou dia ou fosse o que fosse eu senti profundamente falta de mim mesmo, senti uma constricção e a notícia invadiu-me sem mais aquelas: não há jeito para uma recriação, não entendo porque dizem que se vai criando, vai-se contruindo, vai-se superando; mas a vida, essa que imagino como de sonhos e aspirações, quanto a ela não seria ingênuo de crê-la minha, pois há muito que já não existe tudo.
Por que não segui seus passos, meus passos de incrédulo. Talvez tenha descoberto um dia que a intoxicação da alma e o descascar da pele do rosto ( do rosto, da face!) eram o corolário das minhas vontades doidas de ser uma quimera, ou melhor, ser assim mesmo, para ser. Devo te dizer, sinto uma necessidade imensa de dizer que hoje fui a um lugar que seria aprazível se eu existisse, mas sem dúvidas era pitoresco, o vento gélido e uma chuva fina, bem fina e um mar cinzento. Eu sei que meu avô nadava por ali quando havia poesia em mim que já não era lá, ou antes era sim, era até ¨feliz¨, apesar de sentir medo de um dia ter medo demais. Sabe quando você não é mais você de hoje, mas o de amanhã e o de alguns anos muitos do passado. Nós seremos o tempo. Há a angústia e ela é aterradora e como a morte, para me fazer entender, despersonifica. Você nunca usou LSD, eu também não, mas o corpo pode ir se desmanchando. Meu corpo daquele dia está se desmanchando. Quando eu fui eu?
Sentados na praia pensávamos que um dia sairíamos daqui desse Inferno e eu pensava que a vida era mais fácil porque eu beijava muito e falava outras línguas e já tinha viajado, Hoje, por que essa miséria toda, meu Deus?

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Liz Taylor está consternada para comentar algo sobre a morte do seu grande amigo.

Liz Taylor -- 'Too Devastated' to Comment

Liz Taylor Michael Jackson
TMZ has just heard from Elizabeth Taylor's people who tell us:

"Dame Elizabeth Taylor is too devastated by the passing of her dear friend Michael Jackson to issue a statement at this time."

Taylor, who was a close and dear friend to Jackson for several years, was the one who dubbed him the "King of Pop."

Michael Jackson morreu hoje, 25 de junho de 2009

Liz Taylor "Too Devastated" to Comment on Jackson's Death; Liza Minelli, Brooke Shields React

Michael Jackson, Elizabeth TaylorKevin Mazur/Getty Images

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Quando eu falei ela estava sangrando
E ela falou com a dor de quem caminha sonhando
Eu falei e era sonâmbulo e estava cheio de confusão,
Sim, pois ela usava óculos escuros e via tudo
aquilo fora do tempo
e a praia, ela de chapéu e de óculos escuros e um vestido esvoaçante
Mas que fantasia encher-se de Fantasia e de Mitos, Olá
Minha Rainha decadente e fale mais
Eu dormia e ela caminhava, eu acordei e ela caminhava com a
contemplação
Pois ela era ela um dia, num dia de chuva fina, bem fina,
E eu dizia a mim mesmo por que ela não seria ela
E ela entendeu e caminhava sangrando e com muita vontade
de muitas coisas da realidade daquela chuva
E um vento fininho que cortava me fez pensar de novo e eu dormi na areia
da praia dela, era a umidade da sua pele
E um negro tão negro de olhos cansados de olhar e a chuva
Eu entendi que era o perigo de me aproximar de uma Rainha
Eu entendi e pedi ouça mas ela era ela e eu Eu
com sombras de sonhos e de erotismo de ser Eu com absoluto rancor
Pois eu a temia e temia seu olho de negrume e de Poesia escancarada,
Ela sentou-se e como se tivesse partido sem me ver
Sentou-se calma e banhou-se toda, até o perfume da sua magia
De indestrutível ela alcançou-se e sem ver o mar
Abriu um livro e eu era tão ou mais cega do que ela poderia ser
Ela leu calmamente um discurso de si mesma
E contou-se a sua história
Que era de rumores e murmúrios e brumas
Era o mistério
Eu sonhei e acordei e ela passou sem pisar na areia
Ela, eu, a água que não parava,
Pois depois da imobilidade vinha ela com sua fantasmagoria que eu diria
Improvisada, feita por ser feita, feita para fazer-me
Eu a fiz e ela me fez. Adeus, Rainha, tende Piedade.
Eu te quis assim, Branca, e o frescor me deduziu
Eu deduzi-a e vi que tudo é Dor
Ela foi-se sem se despedir.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Judy Garland... Judgment At Nuremberg 'Interview' 1961

http://www.youtube.com/?v=juJCOx-zWiQ

Judy Garland... Judgment At Nuremberg 'Interview' 1961

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Jacques Derrida Fala sobre o ¨Medo de Escrever¨

http://www.youtube.com/?v=qoKnzsiR6Ss

Jacques Derrida - Fear of Writing

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Judy Garland Smile

http://www.youtube.com/?v=dh57sCPjtzw

Judy Garland Smile

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terça-feira, 9 de junho de 2009

Connie Stevens na década de 2000

Connie Stevens, década de 50.



Connie Stevens foi um ícone das baladas românticas americanas dos anos 60. Atualmente é muito admirada pelo grande cineasta DAVID LYNCH, que utiliza músicas suas em seus principais filmes, como ¨Cidade dos Sonhos¨ e Inland Empire, o que causa uma sensação vertiginosa que seria simplório pensar que é uma sátira, partindo desse portentoso artista. Há uma espécie de inocência em suas melodias, além de profundo saudosismo. Posto essa imagem e o video dessa grande cantora e atriz em homenagem à minha avó, que dela muito gostava.

Connie Stevens cantando NOW THAT YOU´RE GONE, 1960..

sábado, 6 de junho de 2009

Julia Kristeva, entrevista de 1990

Trecho da entrevista com Julia Kristeva

Fernando Eichenberg

Julia Kristeva, psicanalista, 1999

A senhora acredita que a melancolia ganha espaço na sociedade? Que a vontade de transcender está sendo esquecida, ou que se aceita facilmente a idéia de falsa transcendência?
Há uma depressão no ar. Quando voltam de férias, a maioria dos pacientes ou mesmo de colegas que encontro na faculdade revela esse abatimento, que não corresponde à situação econômica, à vida social, que têm melhorado. Tenho o sentimento de que, ao lado dessa depressão, que se generaliza, há um movimento que defini há pouco como maníaco, ou seja, a correria em direção à religião, à cientologia, às religiões budistas. Há um retorno da religião. Tenho a impressão de que a maioria das pessoas sente que essa busca transcendental é limitada e arcaica. A solução não está nem na depressão nem na fuga em direção a um novo ídolo, mas na atenção a cada um. Ajudar cada um a viver melhor, sem passar pelo egocentrismo. É, finalmente, o que se chama de direitos humanos, uma metamorfose laica do respeito ao outro que o monoteísmo começou.

Muito se tem buscado relacionar, na psicanálise contemporânea, a morte das utopias com uma espécie de angústia e neurose que refletiria a ausência de alternativas para o tal sistema. As dores humanas que realmente contam não serão sempre as mesmas, não importa o sistema em que viva o ser humano?
Você talvez tenha razão. Mas me parece que nossa vocação, como analistas, é de tentar ver as variantes desse sofrimento eterno, e tentar responder a suas particularidades. No meu livro As novas doenças da alma tentei mostrar ao menos três elementos que me pareceram novos, mas que convergem todos para algo que está em causa hoje. O primeiro é a capacidade de representar: todas as doenças da alma que vemos hoje têm origem no fato de que aquele que sofre dá a impressão de não ter mais aparelho psíquico, ou que esse aparelho está em dificuldade. Por exemplo, você tem uma dor. Antes você podia fazer uma representação, dizer de onde vem, contar a sua mãe, sua mulher, seu amigo, enfim, tentar mentalizar. Hoje a capacidade de mentalização está reduzida. Por quê? Será por que a cultura verbal se empobreceu? Será por que a família e os amigos não estão presentes, a comunicação foi reduzida? Essa câmara obscura que é o aparelho psíquico - que faz com que o sofrimento físico seja representado nas palavras, na comunicação, no aparelho mental, no nosso cinema privado - está em sofrimento. O que acontece quando ele sofre? Eu somatizo. Tenho muito mais dores estomacais, e o médico não encontra nada. É preciso dar o passo, encontrar forças, e falar a um analista, para reconstituir essa câmara obscura. As doenças psicossomáticas aumentaram. O segundo elemento é a passagem ao ato, ao vandalismo sem freios: quando tenho um impulso, eu vou em frente. A terceira doença da alma moderna é a toxicomania, também relacionada a essa ausência de representação. Esses três aspectos levam os analistas a fazer da análise um verdadeiro renascimento psíquico. É quase um transplante do aparelho psíquico: construir uma linguagem e a confiança no outro, para poder representar. É um trabalho enorme, mas é talvez a forma moderna do sagrado.

Entre Aspas - Diálogos Contemporâneos, de Fernando Eichenberg, Editora Globo.

sábado, 23 de maio de 2009

Discurso de Marthin Luther King

I am happy to join with you today in what will go down in history as the greatest demonstration for freedom in the history of our nation.

Five score years ago, a great American, in whose symbolic shadow we stand today, signed the Emancipation Proclamation. This momentous decree came as a great beacon light of hope to millions of Negro slaves who had been seared in the flames of withering injustice. It came as a joyous daybreak to end the long night of their captivity.

But one hundred years later, the Negro still is not free. One hundred years later, the life of the Negro is still sadly crippled by the manacles of segregation and the chains of discrimination. One hundred years later, the Negro lives on a lonely island of poverty in the midst of a vast ocean of material prosperity. One hundred years later, the Negro is still languished in the corners of American society and finds himself an exile in his own land. And so we've come here today to dramatize a shameful condition.

In a sense we've come to our nation's capital to cash a check. When the architects of our republic wrote the magnificent words of the Constitution and the Declaration of Independence, they were signing a promissory note to which every American was to fall heir. This note was a promise that all men, yes, black men as well as white men, would be guaranteed the "unalienable Rights" of "Life, Liberty and the pursuit of Happiness." It is obvious today that America has defaulted on this promissory note, insofar as her citizens of color are concerned. Instead of honoring this sacred obligation, America has given the Negro people a bad check, a check which has come back marked "insufficient funds."

But we refuse to believe that the bank of justice is bankrupt. We refuse to believe that there are insufficient funds in the great vaults of opportunity of this nation. And so, we've come to cash this check, a check that will give us upon demand the riches of freedom and the security of justice.

We have also come to this hallowed spot to remind America of the fierce urgency of Now. This is no time to engage in the luxury of cooling off or to take the tranquilizing drug of gradualism. Now is the time to make real the promises of democracy. Now is the time to rise from the dark and desolate valley of segregation to the sunlit path of racial justice. Now is the time to lift our nation from the quicksands of racial injustice to the solid rock of brotherhood. Now is the time to make justice a reality for all of God's children.

It would be fatal for the nation to overlook the urgency of the moment. This sweltering summer of the Negro's legitimate discontent will not pass until there is an invigorating autumn of freedom and equality. Nineteen sixty-three is not an end, but a beginning. And those who hope that the Negro needed to blow off steam and will now be content will have a rude awakening if the nation returns to business as usual. And there will be neither rest nor tranquility in America until the Negro is granted his citizenship rights. The whirlwinds of revolt will continue to shake the foundations of our nation until the bright day of justice emerges.

But there is something that I must say to my people, who stand on the warm threshold which leads into the palace of justice: In the process of gaining our rightful place, we must not be guilty of wrongful deeds. Let us not seek to satisfy our thirst for freedom by drinking from the cup of bitterness and hatred. We must forever conduct our struggle on the high plane of dignity and discipline. We must not allow our creative protest to degenerate into physical violence. Again and again, we must rise to the majestic heights of meeting physical force with soul force.

The marvelous new militancy which has engulfed the Negro community must not lead us to a distrust of all white people, for many of our white brothers, as evidenced by their presence here today, have come to realize that their destiny is tied up with our destiny. And they have come to realize that their freedom is inextricably bound to our freedom.

We cannot walk alone.

And as we walk, we must make the pledge that we shall always march ahead.

We cannot turn back.

There are those who are asking the devotees of civil rights, "When will you be satisfied?" We can never be satisfied as long as the Negro is the victim of the unspeakable horrors of police brutality. We can never be satisfied as long as our bodies, heavy with the fatigue of travel, cannot gain lodging in the motels of the highways and the hotels of the cities. We cannot be satisfied as long as a Negro in Mississippi cannot vote and a Negro in New York believes he has nothing for which to vote. No, no, we are not satisfied, and we will not be satisfied until "justice rolls down like waters, and righteousness like a mighty stream."¹

martinlutherkingIhaveadream2.jpg (11261 bytes)I am not unmindful that some of you have come here out of great trials and tribulations. Some of you have come fresh from narrow jail cells. And some of you have come from areas where your quest -- quest for freedom left you battered by the storms of persecution and staggered by the winds of police brutality. You have been the veterans of creative suffering. Continue to work with the faith that unearned suffering is redemptive. Go back to Mississippi, go back to Alabama, go back to South Carolina, go back to Georgia, go back to Louisiana, go back to the slums and ghettos of our northern cities, knowing that somehow this situation can and will be changed.

Let us not wallow in the valley of despair, I say to you today, my friends.

And so even though we face the difficulties of today and tomorrow, I still have a dream. It is a dream deeply rooted in the American dream.

I have a dream that one day this nation will rise up and live out the true meaning of its creed: "We hold these truths to be self-evident, that all men are created equal."

I have a dream that one day on the red hills of Georgia, the sons of former slaves and the sons of former slave owners will be able to sit down together at the table of brotherhood.

I have a dream that one day even the state of Mississippi, a state sweltering with the heat of injustice, sweltering with the heat of oppression, will be transformed into an oasis of freedom and justice.

I have a dream that my four little children will one day live in a nation where they will not be judged by the color of their skin but by the content of their character.

I have a dream today!

I have a dream that one day, down in Alabama, with its vicious racists, with its governor having his lips dripping with the words of "interposition" and "nullification" -- one day right there in Alabama little black boys and black girls will be able to join hands with little white boys and white girls as sisters and brothers.

I have a dream today!

I have a dream that one day every valley shall be exalted, and every hill and mountain shall be made low, the rough places will be made plain, and the crooked places will be made straight; "and the glory of the Lord shall be revealed and all flesh shall see it together."²

This is our hope, and this is the faith that I go back to the South with.

With this faith, we will be able to hew out of the mountain of despair a stone of hope. With this faith, we will be able to transform the jangling discords of our nation into a beautiful symphony of brotherhood. With this faith, we will be able to work together, to pray together, to struggle together, to go to jail together, to stand up for freedom together, knowing that we will be free one day.

And this will be the day -- this will be the day when all of God's children will be able to sing with new meaning:

My country 'tis of thee, sweet land of liberty, of thee I sing.
Land where my fathers died, land of the Pilgrim's pride,
From every mountainside, let freedom ring!

And if America is to be a great nation, this must become true.

sábado, 16 de maio de 2009

Limites

1) Reparei um homem muito admirado por grandes personalidades sonolento. Senti um tremor visceral por ter me dado conta de que naquele momento toda a ficção de sua imagem tornou-se-me repugnante. Eu vi um forte levando um soco e pensei que não só sua existência tinha sido humilhada naquele momento como a minha foi abalada tão veementemente que senti-me forte sem sê-lo. Acontece do fraco saber-se forte por pura e honesta covardia e convidar o forte à submissão moral (como numa espécie de fantasia lúcida). Quando se leva um murro dói somente depois, um tempo depois, da pancada; no momento há aniquilação, depois vergonha de saber-se si mesmo sem a bravura que sustenta a existência de grandes feitos.
Um mendigo, um preso condenado por um Homicídio, p.ex. amiude é mais feliz do que um sujeito preocupado com a vaidade. O poder de adaptar-se não é prerrogativa de qualquer um, é um apanagio de vivências miseráveis para quem assim quer ver. Fernando Pessoa escreveu em Tabacaria que há muitos loucos com suas certezas. Ele não tinha certeza alguma. O Louco sabe que não está pensando num sistema cartesianamente entendido como lógico, tem certezas que não são certezas. O louco sustenta seu processo na miragem da afirmação certa, mas sabendo, reitero, como Homem que é, que não há o Absoluto; numa personalidade dita cindida pode-se experimentar uma aura que traz toda felicidade e toda dor do microcosmo insistente do corpo, o grito da epilepsia é um dos fenômenos mais bestiais que já presenciei. Senti medo mas não seria digno para desmanchar o que não tenho consistente, que é o que eu chamaria de minha Personalidade. Suporto que a Parte nada tem que ver com o Todo, puras figuras de linguagem para suprir uma ignorância vital. O que fazer para abdicar-mos do Tempo? Isso seria Mitologia e também um contraponto de uma Nobreza decaída. Tudo são dores intensas. Abandonar-se é um ponto lúdico da Consciência da Finitude. A Crença é seu suporte bastante erudito, amiude e também seu tendão de Aquiles.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Acreditar, olhar, conhecer

Em que ou em quem acreditar; conferir crédito, depositar certo crédito; parece-me semanticamente que se trata de uma confusão lexical no situar em algo uma dívida, digamos, ou um depósito no que quiça se entenda por uma imago, uma idéia, uma análise e preponderantemente a fala. Participo com meus olhos, com minha mímica facial, com o timbre de minha voz... um teor que se pretende pleno de significantes. O golpe de vista não seria talvez um mito nem uma certeza; transitaria entre os dois, mesmo em obsessóes e em psicoses. Quando observo um maneirismo leio algo, quiça um tique, uma angústia, quiça mesmo uma vagabundagem. Posso ler o tique como um sintoma, médico ou semiótico, se forçar uma barra. Os olhares que permeiam céleres parecem uma configuração de um desatino ou muito diferente, de uma perversidade. Explico-me (continuo depois)

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Acerca do Cinema Experimental (início de um estudo)

http://www.youtube.com/?v=iGr_ccmjb1g

Andy warhol's experimental film

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Andy Warhol - Blowjob [Edit] (1964)

http://www.youtube.com/?v=l-0xDa4-fi0

Andy Warhol - Blowjob [Edit] (1964)

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domingo, 19 de abril de 2009

Beethoven - Sonata N.32 Op.111 (Richter)

http://www.youtube.com/?v=CBFphuxUlQA

Beethoven - Sonata N.32 Op.111 (Richter)

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Beethoven 'Appassionata', 1st mvt: Dame Myra Hess (1945)

http://www.youtube.com/?v=UNlyxn2Y4_E

Beethoven 'Appassionata', 1st mvt: Dame Myra Hess (1945)

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Furtwangler on 4.19.1942 Full edition

http://www.youtube.com/?v=Yqff1F0Ijn0

Furtwangler on 4.19.1942 Full edition

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Beethoven Symphony No. 5, 1st mvt--Arturo Toscanini/NBC Symp

http://www.youtube.com/?v=N6K_IuBsRM4

Beethoven Symphony No. 5, 1st mvt--Arturo Toscanini/NBC Symp

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Toscanini - Beethoven's Fifth Symphony 1st Movement

http://www.youtube.com/?v=Uq-NYsrsuos

Toscanini - Beethoven's Fifth Symphony 1st Movement

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Furtwangler Beethoven 7th 1943 Mvt. 2 (1/1)

http://www.youtube.com/?v=Hu9IESxziWA

Furtwangler Beethoven 7th 1943 Mvt. 2 (1/1)

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suicide on the hillside sunday morning after tea on Flickr - Photo Sharing!

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Um Mùsico EXISTINDO

Vi que aquele homem sonhava e estava alheio<> havia som de carros<> ele tocava com calma o que se poderia tocar com furor<> era uma nevralgia ouvir aquele som ao longe<> o homem era um velho e o instrumento<> mas que condiçâo de se expressar<> era um fantasma dizendo perdâo a um ideal do que deveria ou antes poderia ter sido> na verdade ele nâo era senâo um quadro triste numa ruela triste> abriu_se por fim a catacumba e ressoôu o toque de trombetas<> nâo haveria misericòrdia para seu pensar desatento em ser mais um<> eu vi<> quanto tentamos e quanto fazemos para nos afastar do abismo do desespero? O desespero se presentificou naquela ode inèpta de um mendigo esquàlido> eu nâo quereria morrer sem antes passar por là novamente e pensar que o homem jà se sentara ali mesmo com sua viola dolente> o que fazer<>>>

10 on Flickr - Photo Sharing!

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sábado, 11 de abril de 2009

quarta-feira, 4 de março de 2009

O Submarino

      Sim, havia algo de tão inquietante naquela face que tomaria, se é que o faria, não estou bem certo cá comigo de que o faria de bom-grado, que parecia que toda a História das Lutas e ds Guerras estavam ali, naqueles olhos míopes, mas não era isso, o caso é aquele submarino, era sim, algo sub-reptício, havia insidiosidade naquele vulcão de poder, mas era um rosto, um rosto de um condenado, ssim, como qualquer um que se mova contra o que entenderia de ¨si mesmo¨, toda essa ficçõ eloqüente, pois só há mortos, vi qundo seus lábios se contorceram e quela espuma espessa, mas o submarino, sim, pois do submarino à caverna era somente uma questão ético-geográfica, além de étnica, claro, senhores, meu Comandante partiu, o Navio, a Nave encontra-se toda em apuros, mas passemos, seu rosto exprimia uma gargalhada roufenha, mas eu deveria estr muito impressionado com sua morte prematura, sim, aferro-me a essa ficção ideológica para que não sucumba como mendigo de mim mesmo implorando pela Sentença, mas havia o Poder, o Submarino, ser´que estaria rindo-se? Foram tantos anos, estou estupefato, olho para o patíbulo e vejo só olhos, olhos em todas as direções, pois que tudo que eu chamaria de carnificina estaria contido naquele ódio, e  o Submarino, é patético e até reles se dizer louco, mesmo com a esquizofrenia da crueldade, o Submarino era seu comando, não havia Comandante e eu estava só, só, era um vulcão, talvez não fosse nada disso, mas sai correndo, correndo, estava na cama ou na praia deserta, essa situação de desterro era uma Magia, te criei mas não me percebi na decrepitude de sua Majestade sem Comandante, e o Submarino, sim, havi o Medo, sucedâneo do Submarino, mas só em palavras, em palavras, louvo-lhe. Sempre assim.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Norma Couto do Carmo (01-04-1930_18-02-2009)



Meus avós ÁLVARO JULIÃO e NORMA, em 1972. Norma Couto do Carmo, uma das mulheres mais exuberantes que conheci, linda, nobre e de grande requinte. Uma força e um poder indescritíveis. Minha saudade, meu Amor...


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Poema sem leitor

        Recebi um telefonema certa vez, , há uns vinte anos. 
        Antes de atender sabia que era para mim, não que eu esperasse , pois naquele tempo talvez eu não soubesse o que fosse espera;
       Como saber o que fosse entendido por espera se a infância é uma espera compromissada com a possibilidade de uma outra espera, que seu lugar é justamente o da esperança!
       Não à espera, não à esperança: não sei porque pus essas crases que amadureceriam o que existe para o bom momento.
       Sim, os maus momentos são bons na infância, tudo presente na ¨maturidade¨,  essa que chama para si a Utopia da Memória de Dias Felizes e o sucedâneo do infactível domínio do ritmo das coisas;
      
       Recebi um telefonema e era ele, não era ela;
       Mas cadê esses dois, ele a possibilidade de saber e de aprender, e aprender muito, sobretudo aprender que aprendendo estamos arquitetando o diabólico crescer para dentro; não esse aprendizado nem aquele outro, mas o dele.
      Ela pegou-me para si e fez a mágica de mostrar um sorriso e um olhar tão doce,         (era isso ou aquilo?) 
      Era o que eu não diria por não saber dizer assim
      O pudor, há também o pudor;

      Ela me segurava a mão, e firme, e protegia
      ( o medo faz de nós nossos piores inimigos e nossos melhores amigos: o Medo é a  possibilidade de uma coexistência que no fim gera um desejo que acaba com a gente)
     Ela conseguiu a importância de retirar o Medo de uma vida,
     (Ela disse uma coisa, você se lembra?)
    Havia tanta, tanta gente e antes do Medo surgir como tal (pois ele é a nossa existência falida dos anos da consciência de que medo é diferente de Medo) 
     Eu ouvi e ouço até agora, foi a frase que criou Humanidade no que entendo como meu corpo
      Vou tentar,
      Não consigo

      ¨Segure minhas mãos que te levarei para o Paraíso¨.
      Não, foi assim: ¨Segure firme nessas mãos que você viverá sempre disso, não para ´aquilo´.
      Mentir é bom pois dá um gozo rápidíssimo, ela disse:
      ¨Segure a minha mão. Eu nunca deixarei você na mão.¨

     Aproveito pra mandar um beijo para ela. Isso é tão pouco...
     Mas, mal ou bom, o Universo criou-se e você deixou seu cetro. 
     O cansaço foi tão grande!
     Eu percebi que tinha percebido e descoberto a Saudade.
  

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Mickey Rooney & Judy Garland (1963) - 2 of 2

http://www.youtube.com/?v=x_M-4Anu450

Mickey Rooney & Judy Garland (1963) - 2 of 2

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Mickey Rooney & Judy Garland (1963) - 1 of 2

http://www.youtube.com/?v=iip7u1LyL0I

Mickey Rooney & Judy Garland (1963) - 1 of 2

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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Dor

       Sobre a dor, mas que dor você sente? Essa taça de vinho vai servir para alguma coisa depois. A dor é real ou imaginária, não há diferença, ambas a conduzirão para a aniquilação. A morfina? Pararei de usá-la quando a Guerra acabar, ademais, há sempre o Câncer...sim, onde quer que eu esteja, numa primeira classe de um avião, em Nice, na cabine de um cruzeiro ou na masmorra da incredulidade que é sua visão de Sacerdote cínico, acrescento que a Boemia...sim, a auto-mutilação acontece, sua fealdade é incrível, às vezes, pode-se ter um caco de cristal nos lábios, os de cima e os de baixo, mas isso é lugar-comum. Sinto mesmo por esses dedos impotentes para ser uma pianista célebre, digo isso cínica- e pleonásticamente, pois todos os pianistas célebres são pianistas...vc inverteu as coisas e ai deu tudo errado, quis dizer que se é ou não pianista, não se pode qualificá-los em bons ou não, todo pianista é um bom pianista, assim como todo artista é um bom artista, para me fazer entender um pouco, mas quanto à celebridade, aí é algo obscuro, dê mais uma dose, pois tenho dores, aliás por que não morri ao invés de usar essa echarpe; ademais, nessa idade... sim, mesmo velha ela possuia o poder da vaidade, que a fazia uma mulher de uma boniteza austera como sua voz e aquele cigarro, sem falar na Morfina, mas ela não queria ser perdoada por suicidar-se, não queria perdão algum, apesar de ser uma beata, tinha os olhos vidrados e cantava uma canção numa voz roufenha, sim, fôra por tempo solista de um Teatro célebre, muito célebre, também não negou que dançou can-can e tango; veja, a questão do suicídio é na verdade bem simples, quero que o suicídio seja a aniquilação da metamorfose, e não me suicidarei com remédios, quer mais um cigarro? Eu sou de um tempo em que se usava broche, as mulheres da minha classe os usavam, mas quanto aos berloques...mas seu prazer?o que fazer para tirá-la do confinamento daquela velha fazenda? É melhor você usar heroína, porque tem projetos de se tornar uma. Mas, tente-me me explicar essa dor...Ouça, eu não existo há tempo, por assim dizer, não coloque a carroça na frente dos bois. Você não será nunca uma personalidade. Quanto a mim, sei que há a dor, é forte e lancinante, por vezes, sei que meu corpo já está se decompondo. Minha mente funciona, sei de datas, sei das minhas reminiscências, mas não sei nada que possa fazê-lo existir, mesmo sem dor. Qual dor?! Dor, embora haja muitos sentimentos que por covardia assim o denominamos, dor só há uma, e você descobrirá o quê. É uma questão de tempo, sempre de tempo, mas também de acordos e de moralismos que fomentam em gente o gozo de fazer inexistir um homem, uma mulher, uma criança, enfim, uma Ideologia. A dor é inominável e esse sucedâneo é mais afim à Estética que à Linguística...Mais uma dose, por favor.

Tema musical do filme Providence (música de Miklos Rozsa)

http://www.youtube.com/?v=QQOoJj7fqZs

Alain Resnais : Providence

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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

UNDERGROUND, texto do Pasquim, set. de 1970, Luiz Carlos Maciel

       Janis Joplin_ Ela tinha 27 anos. Nasceu no Texas e dizem que foi uma menina boazinha e comportada, apaixonada pelos blues negros que escutava. Começou a cantar com Big Brother and His Holding Company, um dos conjuntos de rock mais antigos de San Francisco, embora só tenha gravado em anos mais recentes, hoje está totalmente dissolvido. Os meninos tocavam por pura curtição, sem se preocupar em ganhar dinheiro, Janis gostou e se tornou sua vocalista.
       _ Por que você precisa berrar desse jeito se vc tem uma voz tão bonitinha?_ perguntou-lhe a mãe.
       _ Para fazer você sentir o que eu sinto_ respondeu Janis. [continuo depois]

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Todas as Mulheres do Mundo


Paulo José e Leila Diniz no clássico nacional 

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Brigitte Bardot, meados dos anos 60




Brigitte Bardot , música de 1978(!), do poeta e compositor Tom Zé

      Brigitte Bardot (1978)

   A Brigitte Bardot está ficando velha,
   Coitada da Brigitte Bardot, que era uma moça bonita,
   Mas agora está ficando triste e sozinha.
   A Brigitte Bardot está se desmanchando
   E os nossos sonhos querem pedir divórcio,
   No mundo inteiro têm milhões e milhões de sonhos 
   Que querem também pedir divórcio,
   E a Brigitte Bardot está ficando triste e sozinha...
   Será que algum rapaz de 20 anos vai telefonar
   Na hora exta em que ela tiver vontade de suicidar?!
   Quando a gente era pequeno,
   Pensava que quando crescesse
   Ia ser namorado da Brigitte Bardot,
   Mas a Brigitte Bardot está ficando velha, triste e sozinha,
   E aquela boca... sozinha
   E aqueles olhos... sozinha
   E aquelas costas... sozinha
   Só...zi...ahhhh...


                                              COITADA DA BRIGITTE BARDOT




OBS: Nessa época Brigitte Bardot tinha 42 anos. Agora está com 74. Tom Zé voltou a cantar essa música e as pessoas riem frenéticamente. Avaliem os videos dos anos 50 a 70 dessa mulher e vejam uma foto ou filmagem atual sua. Creio que a passagem do tempo foi extremamente ¨impiedosa¨ com o corpo, com a beleza dessa mulher. Tom Zé compôs essa música com essa letra, irreverente e polêmico como é até hoje, referindo-se mais ao ¨mito¨ Brigitte Bardot, exatamente de sua geração (Tom Zé está hoje com 72 anos e é um dos músicos mais inspirados que já conheci, no que tange à sua teatralidade, sua espontaneidade, sua sinceridade crua, suas respostas e perguntas rápidas e inteligentíssimas). Curiosamente hoje Brigitte Bardot de fato nada mais tem de parecido, sequer, com a sua beleza hipnotizante, com seu sorriso tão aberto como se com os dentes grandes, os lábios grossos, o nariz afilado e os grandes olhos verdes tivesse o Mundo a seus pés. E tinha. Nem Godard, que criou o cinema puro ou puramente intelectual, digamos, sob a denominação de Nouvelle Vague, deixou de se utilizar com muita arte a beleza (que não era só beleza, era um Universo que se descortinava num simples sorriso) da musa (no filme ¨O Desprezo¨) e de seu amigo Alain Delon( no filme ¨Nouvelle Vague¨), hoje também um homem marcado pela feiura inexorável de uma velhice decrépita num corpo, outrora tão enigmático (com algo de angelical e diabólico, esse rosto encerrava em si o cúmulo do paradoxo que se fazia no mistério da Beleza).
     Retomando, Brigitte Bardot aposentou-se naquele ano e, de fato, já tinha umas marcas de expressão a mais do que geralmente uma mulher de 42 anos tem, passando-se a se dedicar desde então a proteção de ambientes e de animais. Curiosamente uma mulher que teve o Mundo a seus pés, era a musa do cinema europeu e a fantasia de uma geração, foi tornando-se radicalmente diferente do que fora, no seu modus vivendi. Ela não só se privou do convívio com o meio artístico do mais alto naipe, como, parece, mudou seus valores, criou um moralismo quase fanático que vai de encontro com aquela liberdade que ela tanto divulgou em 3 décadas, até e principalmente com o seu corpo e com o que fazia com ele; vivia com homens gays, com lésbicas, com latinos, com as mais excêntricas personalidades também e atualmente, além de se declarar a defensora dos animais (¨de qualquer um!¨), ela cultiva um ódio inexplicável ou incompreensível por homossexuais e negros, sobretudo, ai usando a autoridade de ¨atriz¨ ela publica tal aversão, mesmo com quase duas centenas de processos que tem respondido e de outros se esquivado com desculpas incríveis como ¨esqueci-me, eu sou tão desligada, meu advogado resolverá com esse Juíz aí¨, disse ela em 2007, quando recebeu intimação para ser presa. O Processo girava em torno de uma afirmação que ela fez_ continua afirmando obsessivamente coisas semelhantes_ que ¨os gays e os pretos são o que eu chamo de um movimento islâmico que quer destruir a França.¨(!) Eu tenho dificuldades de entender isso, pelos motivos já expostos e, como muitos, dou razão ao Tom Zé ao dizer que BB está se ¨desmanchando¨. Como nota de esclarecimento acerca de um ponto, digo que por mais que possa parecer _ao menos para mim seria a explicação mais razoável dessas atitudes_ demência, a atriz recentemente falou em público (sobre animais!) e não tinha nada de demente, apesar de estar bastante debilitada até para se locomover, além da obesidade que surgiu nos últimos 2 anos. Está andando com muletas e só aparece em filmagens com a mesma roupa (calças compridas pretas, uma blusa e um casaco também pretos) e os outrora magníficos cabelos louros , atualmente grisalhos quase brancos presos sempre com um único adorno, a saber, uma flor. Algo me chamou atenção: o que restou da antiga esfinge personificada é um olho profundamente verde e uma voz de menina (mesmo que para ser usada para dizer coisas violentíssimas).
      Coitada da Brigitte Bardot.

Brigitte Bardot nos anos 60

http://www.youtube.com/?v=N42-X4Xwosg

Brigitte Bardot

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Brigitte Bardot e Alain Delon em William Wilson

http://www.youtube.com/?v=OnAO56IBZ1U


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LÚCIO CARDOSO (1912-1968), O ESCRITOR DA MISÉRIA HUMANA.


LÚCIO CARDOSO (1912-1968):

Nascido em Curvelo, MG e falecido no Rio, RJ, Lúcio Cardoso foi, em minha opinião, além do  escritor de maior acurácia e profundidade na análise da miséria e do desepero do Homem, em nossa Literatura, na criação de obras SEMPRE sombrias, místicas, noturnas e desenvolvidas em clima de pesadelo, desesperança, miséria (pessoal e social), grande ambigüidade nos gestos, atitudes e pensamentos de seus personagens, que vivem numa relação de constante VAMPIRISMO entre si. Querem devorar uns aos outros como lobos esfaimados. Ademais, foi um ímpar estudioso do comportamento das mulheres velhas e amargas e das jovens exuberantes, sendo seus personagens masculinos quase sempre auto-biográficos, ou espelhados no seu temido pai ou homens invariavelmente sádicos e perversos; sempre presentes em suas obras, tidas por muitos como góticas,tendo como temática precípua a solidão, o desespero, a paranóia e o decadentismo moral e social; são amiúde comparadas sobretudo às de Cornélio Pena e Octávio de Faria, no Brasil, e Ibsen e Dostoievski, no estrangeiro. Tem como obra capital A CRÔNICA DA CASA ASSASSINADA (1957), monumento da Literatura Brasileira, considerada por alguns críticos uma das maiores obras literárias do século XX. Não obstante, Lúcio não foi, como muitos pensam, autor de uma obra só, nos dois sentidos da expressão:Aos 19 anos já figurava entre os regionalistas dos anos 30 com seus romances MALEITA E SALGUEIRO, que escreveu muito precocemente, aos 19 e 20 anos, respectivamente, assombrando com uma maturidade ináudita num jovem daquela idade (diga-se logo que tendência que abandonou após a feitura dos 2 primeiro livros, já citados, para passar a escrever romances de cunho psicológico e intimista) , . São ainda obras de grande vulto: A LUZ NO SUBSOLO, DIAS PERDIDOS, O DESCONHECIDO, MÂOS VAZIAS, A PROFESSORA HILDA... Tudo que escreveu é repleto de trevas e escuridão, não tendo nenhuma_como Dostoiévski ainda teve com a redenção religiosa_ centelha de esperança para a desgraça inerente à existência do Homem.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Temática do sofrimento, da dor, da intoxicação, do suicídio.

Esses videos abaixo postados mostram momentos de desespero, de intoxicação por heroína e outros elementos psicolépticos. Não há apologia nem reproche aqui, a uma forma de se relacionar com o outro (fetiche, elemento fulcral da perversão; dependência _em diversas acepções do termo_ que faz por si falar bastante da psicopatia). Há gritos de dor, choros, poesia, há muita melancolia e por vezes loucura. Minha temática central será sempre a auto-mutilação, intimamente ligada a uma forma de prazer; por fim o suicídio, como se percebe, é a temática central desse blog. À medida que forem escritos, os textos serão postados. Em tudo, até na alegria pastoril há uma fuga da auto-destruição.

domingo, 25 de janeiro de 2009

'The End' Nico - Arsenal

http://www.youtube.com/?v=OuAcvwfIa_Q

'The End' Nico - Arsenal

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Entrevista com NICO (sobre assuntos ¨psicodélicos¨)

http://www.youtube.com/?v=IkEylc1-18M

NICO interview


Interessantíssima entrevista com NICO, pouco tempo antes de falecer. Mulher versada em Literatura (essa alemã falava também mais de 6 idiomas); Música; Teatro; Cinema e Drogas, muitas Drogas. ¨Há quanto tempo vc usa esses ´estímulos para a criação´[LSD e outras coisas]. Ela:¨ Creio que há uns 2000 anos...[não ri nesse momento]. (...) Ela, ainda: ¨Eu acho que todos no Mundo querem usar LSD¨. ¨Todos?¨. Ela: ¨Sim, claro(...)¨. Mulher magnífica. Grande atriz em LA Dolce Vita, seu primeiro filme (Fellini), musa dos cineastas Philippe Garrel, que tinha somente 21 anos quando fez o radical e existencial ¨La Cicatrice Interieur¨, e de Andy Wohrol, que a venerava.

Nico - Femme Fatale

http://www.youtube.com/?v=GgbxLxrr9jI

Nico - Femme Fatale

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Nico - All Tomorrows Parties

http://www.youtube.com/?v=_KiU5P4ihIQ

Nico - All Tomorrows Parties

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My only child & All That Is My Own / La cicatrice intérieure

http://www.youtube.com/?v=ClSUT3ZMiVs

My only child & All That Is My Own / La cicatrice intérieure

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Musas suicidas

      s Artistas (mulheres)que morreram (suicídio) em decorrência de abuso grave ou de overdose de drogas psicolépticas:

                  Início da lista

    1. Judy Garland: 1969
    2. Dalida: 1987
    3. Maysa: 1977 (o acidente a matou antes, na verdade)
    4. Maria Callas: 1977
    5. Elis Regina: 1986(?) (com outras drogas e álcool também)
    6. Nico (1986): (caiu de uma bicileta por ataque cardíaco)
    7. Joan Crawford (1977)
    8. Janis Joplin


sábado, 24 de janeiro de 2009

Alguns esclarecimentos

      Escrevi rapida- e levianamente o texto sobre a Maysa e portanto vou reescrevê-lo, sem pressa; quanto ao texto que escrevi em 2001 e que estou tornando público, mantenho-me fiel à postura de não retocar nada do texto, sequer uma vírgula e mesmo eventual erro de concordância ou algo do gênero, já que trata-se de um trabalho que, senão no conjunto, ao menos em algumas partes teve a felicidade de retratar bem o momento vivido por mim. Quanto às chocantes postagens de videos dessa grande Dama do desespero, a saber, Dalida, deram-me uma motivação incrível de escrever algo sobre o suicídio, o desespero e o destino trágico de vários seres nobilíssimos, quiça criando uma série de postagens que nomearei ¨momentos de desespero¨. Com isso vou seguinto com a feitura desse blog.

JE SUIS MALADE!

http://www.youtube.com/?v=sxCnKU0Gx7E

dalida -- je suis malade

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EU SOU DOENTE!!! ( JE SUIS MALADE! DALIDA)

http://www.youtube.com/?v=qqwDxOftKcM

DALIDA Je suis malade 2

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Música de Câmara (texto meu escrito em 2001)

                                        Música de Câmara (dez-2001- sem modificações)

       Algo assim, como meus olhos observando toda a fumaça fosca a seu redor, você prestes a saltar, com o nariz ligeiramente inclinado, olhos amargos, olhos condolentes.
       Minhas condolências, meu caro senhor. Ela usava algo como um /´prêt à porter`. Mergulho minha visão sobre você. Onde estará você?
       Com dois homens, de pernas abertas. Você não estaria contando estórias da carochinha.
       Peguei o ônibus na rua Conde de Bonfim. Havia uma crioula no último dia que só dizia: ¨merda, merda¨. O nome do livro era ¨Orgulho e Preconceito¨ e custara-me 1 real. Pessoas circulando, perambulando, manchando as ruas com suas sacolas, com bijouterias nos braços, com sorrisos altos. Havia uma mulher de saltos altos, me olhava, tende piedade, tende piedade, rogo-lhe, não me rogue mais pragas. Estava olhando para o poste da esquina e dizendo com o olar :¨deixe-me viver, deixe-me viver¨, sim, deixe-me sofrer mas sobretudo deixe-me viver. Sentia-me num quarto apertado e ouvia como o miado de um gato: ¨merda, merda¨.
       Prestes a saltar, sentia-se pesada como um homem, com a indiferença cerrando-lhe os lábios e os olhos. Tome-me, leve-me e sinta a umidade. Uma vagina refrescante, seu hálito de primavera, sua suavidade de verão, seria tudo muito vulgar se não fosse minha vontade, meu afã, minha volúpia sincera, tome-me e possua-me mas, por favor, depois relate tudo ao redator-chefe, suas crônicas estonteantes como uma ciranda, não, minhas idéias sempre minhas mas tresloucadas, sua sobriedade medíocre, matemática e... sou como num sonho. Quero-me agora.
       Vestia ceroulas, era ainda um pequeno e pueril rapazote.
       Mancebo, venha cá, mas que p. é essa?
       Ouvia o som da harpa como ouvia o som do cravo, ou seja, com uma imensa necessidade. Queria se apossar da mecânic do som, queria ser um marujo e sentir a vibração do oceano. Mergulharia nos sons de muitos úteros.
       Correndo por asfaltos, o carro rapidamente vencendo distâncias, eu frígido e isso se dissipando, eu incólume e isso se desvanecendo. Seria tudo uma questão de calma, de espera? Uma espera de muitos milhões de anos, senindo-se amiúde como eletrizado, como petrificado no calor de seus desejos, sim, desejo-te por um minuto apenas, ummminuto que seja o já e o instantâneo, quero afagar-te, consolo. Aperto a doçura de uma flor e milhares de momentos me percorrem o corpo. Quero algo gelatinoso como você mas algo também tão pétreo e etéreo como um cristal, passe sua pele sobre meus contornos, sugue-me.
       Sinto suas ondas distantes, oceano. Como é agora, que você não está mais aqui? A praia se distanciou alguma centena de metros. Seus peixes estão morrendo mais do que o ordinário. Deito-me com o vento, converso e palestro e vejo você sorrindo, você cantando também mas não sem muita esperança.
       [continuo depois]

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

MAYSA


   Maysa cantando What are you doing the rest of your life, de Michel Legrand.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

NINA SIMONE CANTA O AMOR INSPIRADA NA MÚSICA ¨FEELINGS¨, 1976

http://www.youtube.com/?v=mH5ZE3N8cxU

Nina Simone "Feelings" (Montreux Jazz Festival)

Nina Simone conseguiu nesse video atingir um momento em que a Arte se revela em sua plenitude, na medida em que há, do princípio ao fim, um tão grande fator PERSUASIVO em sua interpretação, ou antes uma entrega de si aos sentimento mesmo do momento, através de improvisos guiados por uma forte intenção de se expressar, e de fazê-lo, é claro, de modo honesto consigo própria, com suas doress, seu amor, seus sentimentos mais profundos de amor. Ao fingir que esquece a letra da música ela finge, de fato? Ela diz após que como regra faria como que o sentimento (feeling) de amor tentasse ser esquecido, como diz a letra (try to forget all feelings of love).Ela vive a música, mas amplia esse Universo ao criar uma performance ináudita dessa música tão tocada nos anos 60 e 70, como uma bonita balada romântica. Nina não é romântica nesse sentido, um sentido que mais se aproximaria do sentimental, mas canta um amor sofrido, coloca-o quase num lugar de ¨energética¨ (o momento em que toca com a mão esquerda e a direita vai fazendo gestos de chamado no ar é de transe, digamos. Essa maravilhosa pianista da Juilliard School tem uma técnica pianística perfeita e uma criação não menos provida de um talento e prolificidade indizíveis. Ao final ela deixa-se falar pelo sentimento de genuíno amor, um amor de que não se sabe a natureza; é bem interessante que ela troca a palavra arms por heart e afasta bem o teor original de uma melodia bonita mas simplória de exaltação a uma mulher perdida; com Nina o que importa é o amor puro, por assim dizer. Ela pára, comenta sobre como uma pessoa, uma circunstância criou uma condição para alguém compôr uma música como aquela; não se contém e termina a apresentação numa forma como nunca testemunhei semelhante. Há o momento do improviso ao piano, bem triste, ao que começa seu improviso com a Fala, após pedir ¨LET US HEAR THE CLEMENCE!¨ declamando por palavras fortes e sinceras que não importa nada que o amor prevalescerá (HEAR IN MY HEART/YOU´LL ALWAYS STAY HEAR IN MY HEART/NO MATTER WHAT A WORDS MAY SAY, YOU´LL STAY HEAR IN MY HEART/ NO MATTER WHAT A DAY,YOU´LL STAY HEAR IN MY HEART/NO MATTER WHAT THEY COMPOSE OR DO, NO MATTER WHAT THE DRUGS MAY DO, A SONGS MAY DO, A PEOPLE MAY DO/ ALWAYS SHE WILL DO TO YOU...I WILL ALWAYS HAVE MY FEELINGS, NOTHING CAN´T DESTROY IT(...). Em ¨transe¨, depois de aplaudida, solta toda sua dor num gemido, que é ao mesmo tmpo uma dedicatória ¨FOR YOU¨. Curiosamente, depois de toda essa miscelânia que forma essa obra maravilhosa que faz mais jus do que qualquer outra ao seu título, ela cria um final de teor tipicamente clássico, refiro-me ao estilo, com aqueles acordes que se encadeiam, contrapondo-se a frontalmente ao Romântico.  GENIAL, GRANDE MOMENTO NA ARTE! 

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PERGUNTAS E RESPOSTAS

1. Por que há pessoas, muitas pessoas, que vacilam no  auge do sucesso e são medianos e ¨saudáveis¨ na rotina?
R. Pessoas assim são artistas, que são doentes por ¨talento¨. O júbilo é rápido, para qualquer um que o experimente, ou seja, os artistas e sobretudo as mulheres. Após ocorre, amiude, a mutilação inicialmente do corpo até a desagregação da existência. Artista não é saudável e por conseguinte não tem um zelo que as pessoas somente belas tem; os artistas matam a si próprios por não suportarem ver o mundo com tanta realeza. Os rotineiros são saudáveis mas morrerão de câncer, sua imagem  quando bela, não possui boniteza suficiente para sustentar sequer os prazeres de um necrófilo. Essa pergunta, por conseguinte, não tem sentido verificado na vivência. Há nela o fulcro de uma grande contradição.

2. Por que os loucos choram menos e têm menos lágrimas que os não-loucos?
R. Porque os sofrimentos do louco são literalmente menos dramáticos que os daqueles não-loucos; o louco sofre por ser ele mesmo enquanto o neurótico sofre por ser vários. A lágrima é amiúde o reflexo do sofrimento, por assim dizer, do não-louco, enquanto faz parte do riso do louco; amiúde o riso de sua condição de miserável. O louco é lúcido em se tratando de miséria e os não-loucos percebem a mesmice de sentirem-se numa imagem de corpo em metamorfose ao olhar do outro.

3. O que aproxima o gênio do louco?
R. Ambos pensam o impensável. O gênio é tão genioso que tem algo de louco_ o que é uma metáfora, claro, pois em se tratando de loucura não há quantificação_ ou antes momentos de loucura. O louco produz o delírio e auto-destrói-se; o gênio também auto-destrói-se mas elabora uma lógica tão rica de sutilezas que nem todos os delírios imagináveis seriam possíveis de contruir( ¨nem todos os perfumes da Arábia tirariam o cheiro de sangue dessas mãos! Lady MacBeth, de MacBeth, Shakespeare).

Dalida - AVEC LE TEMPS (rare)

http://www.youtube.com/?v=S4-yfdAznJs

Dalida - AVEC LE TEMPS (rare)

Video que me foi hoje indicado por uma pessoa de espírito, apesar de parecer antes circunspecto que espirituoso; mas alguém com um refinado espírito artístico e senso poético. Quando assisti a esse video um Mundo descortinou-se para mim. ¨ Avec le temps, va, tout s´en va, on oublie le visage et l´on oublie la voix/ le coeur quand ça bat plus, c´est pas la peine d´aller chercher plus loin, faut laisser faire et c´est très bien, avec le temps, va, tout s´en va, l´autre qu´on adorait, qu´on charchait sous la pluie, l´autre qu´on deninait au détou d´un regard entre les mots, entre les lignes,et sous le fard d´un sermant maquillé qui sén va faire sa nuit; avec le temps, tou va s´evanouit...